A montanha-russa da Juventus: do tropeço amargo em Nápoles à exibição de gala em Empoli

A esperança depositada no talento individual de Kenan Yildiz não foi suficiente para evitar a derrota da Juventus diante do Napoli no último domingo. O início da era de Luciano Spalletti no comando da equipe de Turim tem se mostrado um processo de avanços tímidos seguidos por retrocessos frustrantes. A equipe oscila, demonstrando qualidade em alguns momentos, mas logo sucumbe a velhos problemas e temas recorrentes que assombram o clube, independentemente de quem esteja à beira do gramado.

Havia a sensação de que o Napoli poderia ser superado, especialmente quando Yildiz, em um momento de brilhantismo, igualou o marcador aos 14 minutos da etapa final. No entanto, a Juventus falhou em capitalizar o seu melhor momento na partida. O que se viu foi a equipe de Antonio Conte retomar a liderança com um gol de Rasmus Højlund a 12 minutos do fim, selando o 2 a 1 e consolidando a quinta vitória napolitana nos últimos sete encontros entre os gigantes.

O retorno infeliz de Spalletti e as falhas na formação

A noite foi particularmente dura para Luciano Spalletti. Em seu primeiro retorno ao Estádio Diego Armando Maradona desde a conquista do Scudetto com o Napoli, e em seu primeiro embate contra Conte, o técnico viu suas escolhas táticas ruírem. A decisão de escalar Yildiz como um “falso 9” resultou em um primeiro tempo para ser esquecido. A Juventus produziu muito pouco, finalizou apenas duas vezes nos primeiros 45 minutos e demonstrou uma desconexão preocupante em campo.

A ironia reside no fato de que o gol de empate nasceu justamente quando Yildiz recuou para buscar o jogo, algo que Spalletti provavelmente imaginou que aconteceria com mais frequência. A derrota impediu que a Velha Senhora se juntasse ao pelotão de frente da tabela, mantendo-a na sétima colocação, enquanto o Napoli reassumiu a liderança.

Domínio absoluto e eficácia letal no Castellani

Em contraste absoluto com as dificuldades enfrentadas no sul da Itália, a performance da Juventus contra o Empoli, no estádio Carlo Castellani, foi uma demonstração de autoridade e precisão ofensiva. O placar de 3 a 0 refletiu um jogo onde a posse de bola de 57,3% foi convertida em chances reais e, principalmente, em gols num intervalo devastador de cinco minutos.

A equipe de Turim resolveu a partida com uma blitz impressionante. Aos 20 minutos, Paulo Dybala abriu o placar com uma finalização certeira de pé esquerdo no centro do gol, após assistência de Alex Sandro. Apenas dois minutos depois, foi a vez de Gonzalo Higuaín mostrar seu faro de artilheiro. Recebendo passe de Mario Lemina, o argentino finalizou de fora da área, acertando o canto inferior esquerdo para ampliar a vantagem.

A consolidação da vitória e a segurança defensiva

O golpe de misericórdia veio aos 25 minutos, novamente com Higuaín. O atacante aproveitou uma sobra na área para marcar seu segundo gol no jogo e o terceiro da Juventus, praticamente encerrando qualquer chance de reação do time da casa. Antes e depois dos gols, a Juventus manteve o controle, criando oportunidades com Cuadrado e Pjaca, que entrou no lugar de Dybala e obrigou o goleiro Skorupski a fazer boas defesas.

Defensivamente, a equipe se portou bem, anulando as tentativas do Empoli. As poucas chegadas perigosas dos anfitriões, como o chute de Manuel Pasqual, foram neutralizadas. O jogo físico também se fez presente, com cartões amarelos para Pasqual e José Mauri por entradas perigosas, mas a Juventus soube administrar a vantagem até o apito final, garantindo um resultado que serve de contraponto necessário às incertezas deixadas pelo duelo contra o Napoli.