Com as festas de fim de ano se aproximando, é natural esperar uma certa calmaria nos escritórios da Major League Baseball, já que muitas diretorias pausam as negociações para o recesso. No entanto, ainda há tempo hábil para aquelas compras de última hora, e os rumores continuam fervilhando. O cenário atual aponta para movimentações estratégicas importantes, com veteranos buscando estabilidade e nomes vindos do beisebol japonês ganhando destaque.
A Caça por Vínculos Duradouros
Diferente de temporadas passadas, onde aceitaram contratos mais curtos para provar seu valor, Alex Bregman e Cody Bellinger entram nesta agência livre com posturas decididas: o objetivo agora são acordos longos. Bregman, que fará 32 anos em março, vem de uma temporada sólida com o Boston Red Sox e, segundo informações da ESPN, deve buscar um vínculo de seis anos. Ele optou por sair de seu contrato anterior — tecnicamente de três anos — que lhe permitia testar o mercado ao fim de cada temporada. A CBS Sports o classifica como o segundo melhor agente livre disponível, atrás apenas de Kyle Tucker.
Já Cody Bellinger, que completa 30 anos em julho, parece ter deixado definitivamente para trás a fase turbulenta que culminou em sua saída dos Dodgers. Atuando pelo New York Yankees, ele manteve um desempenho acima da média nas últimas três temporadas, sendo o último ano o seu melhor desde a conquista do MVP em 2019. Especula-se que ele possa perseguir um contrato ainda mais longo que o de Bregman.
Ambição no Arizona e o Dilema dos D-backs
O Arizona Diamondbacks surge como um protagonista interessante. O interesse da franquia no terceira base Alex Bregman é conhecido, mas havia uma suposição no mercado de que sua chegada implicaria na troca do segunda base Ketel Marte para reforçar o corpo de arremessadores. Contudo, fontes do The Athletic indicam que a estratégia pode ser mais ousada: manter Marte e adicionar Bregman, montando uma formação ofensiva de elite para tentar desbancar os Dodgers na Divisão Oeste da Liga Nacional.
Essa agressividade contrasta com a situação delicada envolvendo Corbin Burnes. Prestes a completar um ano de sua surpreendente contratação, o arremessador não atua desde o dia 1º de junho e passou por uma cirurgia Tommy John, o que deve tirá-lo de combate por quase toda, senão toda, a temporada de 2026.
O Xadrez dos Arremessadores
Embora o Toronto Blue Jays já tenha garantido Dylan Cease há algumas semanas, o mercado de arremessadores de elite continua vasto. Nomes como os canhotos Framber Valdez e Ranger Suárez, além dos destros Michael King e Tatsuya Imai, seguem disponíveis. A expectativa, segundo a ESPN, é que eles encontrem novas casas em breve, com times como Orioles, Astros, Yankees, Angels e Cubs demonstrando interesse.
Curiosamente, algumas equipes operam em duas frentes. O New York Mets (interessado em contratos curtos) e o San Diego Padres estão ativos, mas também consideram negociar peças. Os nova-iorquinos disponibilizaram Kodai Senga e David Peterson para trocas, enquanto os Padres estariam abertos a mover Nick Pivetta para criar flexibilidade financeira.
Conexão Japão: O Retorno de Tyler Austin e a Incógnita Murakami
Enquanto o mercado doméstico se agita, a rota Japão-EUA traz novidades. Tyler Austin, antigo “mega prospecto” dos Yankees, está de volta à MLB após um período estelar na Nippon Professional Baseball (NPB). O primeira base assinou um contrato de um ano no valor de US$ 1,25 milhão (com incentivos) com o Chicago Cubs, conforme confirmado por Jon Heyman.
Aos 34 anos, Austin reinventou sua carreira nos últimos seis anos com o Yokohama DeNA BayStars, tornando-se um dos rebatedores mais perigosos da liga japonesa. Com médias de .293/.377/.568 e 85 home runs na NPB, ele superou inclusive o astro Munetaka Murakami em temporadas com slugging percentage acima de .600 desde 2020. A contratação também promove um reencontro com Shoto Imanaga, seu ex-companheiro de BayStars e agora arremessador dos Cubs.
A trajetória de Austin é de resiliência. Escolhido na 13ª rodada do draft de 2010 pelos Yankees, ele estreou nas grandes ligas no mesmo dia que Aaron Judge, em 2016, protagonizando um momento histórico com home runs consecutivos em seus primeiros turnos no bastão. Enquanto Judge ascendeu ao estrelato, Austin rodou por Twins, Giants e Brewers antes de brilhar no Oriente e na seleção dos EUA nas Olimpíadas de Tóquio.
Por fim, a situação de Munetaka Murakami gera curiosidade. Com o prazo para sua contratação se encerrando na segunda-feira, 22 de dezembro, o silêncio em torno do slugger japonês leva analistas, como Will Sammon do The Athletic, a ponderarem se ele não acabará aceitando um contrato de curto prazo — uma possibilidade intrigante para um dos nomes mais aguardados da janela internacional.