‘Tom vs Time’: Dedicação, relação com a família e amor pelo futebol americano
Por Ronaldo Barreto – O perfeccionismo e a dedicação de Tom Brady impressionam. Essas palavras, aliás, podem definir o estilo de vida dele. Elas o fizeram ser um dos maiores e mais vencedores jogadores de futebol americano da história, mas também o fazem perder noites de sono quando algo dá errado. O documentário ‘Tom vs Time’ mostra que essas características não são apresentadas apenas em campo, e sim, ainda mais, fora dele. Corpo, mente, amizade, família e espírito caminham juntos para o quarterback conseguir seus objetivos.
A série, dividida em seis episódios – o último lançado nesta segunda-feira (12) -, está disponível em uma plataforma ainda pouco explorada, mas que tende a crescer: o Facebook Watch. Por ser nova, ainda não há legendas, muito menos uma dublagem. Entendendo um pouco de inglês dá para acompanhar bem, mas a tradução para outros idiomas ajudaria a espalhar ainda mais o seriado. Vamos providenciar isso aí, Mark Zuckerberg. Aqui, você pode assistir.
Sobre a série – O jogo da vida
Fisicamente, Tom Brady já não é mais nenhum garoto. Já passou dessa fase há tempos. Aos 40 anos, no entanto, o camisa 12 do New England Patriots tem todo um acompanhamento e se policia para manter o corpo obedecendo o que a cabeça manda. “O tempo passa para todos nós e, quando você quer dizer ‘sim’ para alguma coisa, precisa dizer ‘não’ para outras. No fim, minha vida é focada no futebol americano”, ressalta.
Mentalmente, ele evoluiu muito com o tempo. Sempre pensou muito bem o jogo e isso compensa toda sua falta de ‘ginga’. O que fez Brady crescer na parte estratégica, também, foi entender que não tem o porte atlético ‘perfeito’ para um jogo tão intenso. O quarterback tem ciência de que nunca correrá e escapará de sacks como muitos conseguem na NFL, porém ele contrabalanceia isso com suas leituras de jogo precisas e sua liderança.
Mesmo que seja uma série sobre apenas um jogador, um esporte coletivo, como o próprio nome diz, não se ganha sozinho. Brady fez amizades durante sua carreira e, para ele, é de extrema importância estar em sintonia com seus companheiros de equipe – dentro ou fora de campo. “É preciso humildade, porque eu sei que não sou nada sem os outros caras”.
No parte emocional, TB 12 mostra que a família vai ser seu único apoio na derrota e a primeira opção na comemoração da vitória. Na conquista do épico Super Bowl LI, ele dedica o triunfo à sua mãe. “Eu me sinto o cara mais sortudo do mundo”.
Para juntar tudo isso e fazer dar certo, é preciso estar bem. Não só com os outros, mas com o mundo dentro de você. Tom Brady acredita que segue o seu propósito no esporte, mas não se cansa de tentar entender mais sobre a vida. Segundo ele, isso é estar bem com seu espírito. É nesse episódio que Brady fala sobre sua vontade de jogar por mais temporadas. Gisele não gostou nada disso.
O último episódio foi gravado após o revés no Super Bowl LII, quando o Philadelphia Eagles conquistou seu primeiro Vince Lombardi. Essa parte todos já sabem, e os bastidores podemos imaginar.
No fim, não há segredos. Tom Brady não é um humano com super-poderes. Só que dedicação nesse nível não é para qualquer um. Um quarterback que foi escolhido na 199ª seleção levar seu time a oito Super Bowls e ganhar cinco. Inúmeros recordes quebrados e que durarão muito tempo. Chegar aos 40 bem fisicamente e competitivo ao extremo. Como desmerecer? Mesmo que você queria, não achará argumentos plausíveis para isso.
A discussão sobre “melhor de todos os tempos” que o cerca nunca acabará. É impossível comparar épocas diferentes, visões diferentes e muitos talentosos jogadores passaram e ainda virão na NFL. Mas Tom Brady alcançou a prateleira mais alta do esporte e ‘Tom vs Time’ mostra que pode ter sido por muita coisa, mas não por acaso.
Foto: Reprodução/Facebook
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